
Joaquim Silva Santos, de 67 anos de idade, estado civil solteiro, natural de Freguesia de Pendilhe, concelho de Vila Nova de Paiva, Distrito de Viseu. Emigrou para o Brasil em 1959, Onde é Motorista de Táxi há mais de quarenta anos na Cidade do Rio de Janeiro, Residiu sempre até á data do seu desaparecimento na rua do Bispo nº 17, Rio Comprido, muito próximo do Hospital português CASA DE PORTUGAL.
Trabalhava com o Táxi, um wolkswagem gol, de manhã até ao meio dia, depois almoçava e voltava a ir trabalhar entre as dezoito e as vinte e três horas, desapareceu no dia 30 de Dezembro de 2005 quando foi fazer o turno da noite, o seu carro foi encontrado pela Policia do Rio de Janeiro com as portas destrancadas e os documentos intactos lá dentro no Bairro do Flamengo. O seu Ponto de Paragem habitualmente, para apanhar passageiros era na Avenida Rio Branco, centro do Rio, mesmo junto á lanchonete PASCUALINO, onde por vezes tomava suas refeições e era bastante conhecido por Português, muito próximo está uma banca de jornais que é dum Italiano que também o conhece assim como um Sr. Que vende Pipocas naquele local, era muito conhecido por vários estabelecimentos daquele local muito próximo da Igreja da Candelária onde tinha clientes habituais. Há uns anos passados foi acordeonista dum Rancho folclórico da Casa dos Poveiros. O Joaquim que era meu tio por parte da minha mulher, era uma excelente pessoa, amigo do seu amigo, e como se custuma dizer ninguém tinha fome ou sede quem com ele convivesse, portanto não se lhe conhecia inimigos, conhecia o Rio de Janeiro como a palma das suas mãos, era cuidadoso e prudente a conduzir o seu táxi. Em 1998 visitei o Brasil, e tive oportunidade de conviver com o tio Joaquim, foi ele que me levou a todo o lado no Rio de Janeiro e até a Minas Gerais mais concretamente á Cidade de Juiz de Fora. Era ele que sobretudo no Rio de Janeiro me levou aos lugares mais obscuros, onde muitos não se atrevem a ir ou por receio ou porque não é interessante, mas eu queria ver tudo, vi a zona sul que é a parte rica que toda a gente fala quando visita a cidade maravilhosa mas vi tambem os morros, a baixada fluminense, etç. E era o tio Joaquim que quando me via afastar-me mais um pouco para tirar uma ou outra fotografia, ou fazer alguma filmagem me chamava e prudentemente me dizia nelson sai dai já que é perigoso. Ele sempre morou muito próximo de um desses morros, foi ele que me mostrou um muro de uma universidade próximo de casa dele todo crivado de balas trocadas entre policia e marginais, e me disse, se entrares aqui sózinho um dia passas á vontade, mas se vieres um segundo dia sem ser acompanhado já não entras, uma noite que fiquei em sua casa disse-me «Nelson, se durante a noite ouvires fogo não te preocupes, porque uma noite que não haja tiros entre policias e marginais a gente já não dorme bem». E foi assim com estas aventuras ao longo de cinquenta anos neste local do Rio de Janeiro o tio Joaquim desaparece num Fim de Ano sem se despedir de ninguém deixando seus familiares e amigos inconsoláveis, dadas as circunstancias do seu desaparecimento.