Histórias da Vida

eu sinto me um passarinho sem ter asas para voar...feito rio em correntezas procurando pelo mar

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Sunday, October 03, 2010

ERA UMA VEZ UMA JUMENTA


Ao longo dos anos e sempre que me desloco à minha Aldeia quase sempre ouço (e sem que para isso eu contribuía pois dada a minha sensibilidade neste tema prefiro não as ouvir só que por vezes não consigo passar indiferente a esse facto, porque quem as conta ainda o faz como se tivesse contribuído para a resolução do problema dos animais que já não são rentáveis aos seus donos) histórias de animais domésticos que já não sendo lucrativos para os seus donos são pura e simplesmente abandonados ou sacrificados mortalmente em condições cruéis e desumanas. Há dias alguém me contou que havia uma Burrinha já muito velhinha que tinha carregado muitas carradas de produtos agrícolas aos seus donos que transportou os seus donos em longas distancias que os ajudou na lide diária da sua vida campestre algumas vezes vencida pelo cansaço e pela idade caía sem forças, e á base de umas pauladas nas pernas no lombo ou nas orelhas lá tinha que de novo se levantar e seguir a sua marcha com as dificuldades físicas inerentes. Até que chegou a altura em que era necessário desfazerem-se do animal!!! Como já não tinha valor comercial porque que ninguém dá dinheiro por um burro velho e cansado, tem que se arranjar uma solução para se acabar com o animal, poderia-se por exemplo chamar um veterinário para dar um fim digno e sem sofrimento, mas como isso também tem custos financeiros, opta-se então pela maneira mais cruel e desumana. Arranca-se o animal do seu estábulo e ainda caminha até ao local do sacrifício abre-se uma vala e não sei com que meios provocam a morte do animal? E atira-se para dentro da vala onde fica soterrado. É lamentável que ainda haja casos destes que as pessoas não sejam sensíveis ao sofrimento destes seres vivos tão dóceis e tão inteligentes que servem de terapia até para crianças diminuídas mentais que serviu de transporte para o menino Jesus na fuga para o Egipto e que ao longo de milhares de Anos sempre ajudou o homem nos seus trabalhos.

Com isto apenas pretendo sensibilizar quem tiver estes animais que já lhes foram muito úteis e ajudaram a construir seu Património que por já serem velhos não os abandonem nem lhe dêem maus tratos dêem-lhe um fim digno sem sofrimento, hoje em dia já há algumas associações e refúgios destes animais que os aceitam nos seus espaços. Termino com parte de um poema do maior Cantor do Sertão Brasileiro o grande Luiz Gonzaga que homenageou os Jumentos em duas das suas mais criativas canções do nordeste.

“É verdade meu Senhor, essa estória do sertão, Padre Vieira falou, o Jumento é nosso Irmão. E na fuga para o Egipto, quando o julgo anunciou, o Jumento foi o transporte que levou nosso senhor, vossemecê fique sabendo que o Jumento tem valor.”

Nelson Lisboa

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