Histórias da Vida

eu sinto me um passarinho sem ter asas para voar...feito rio em correntezas procurando pelo mar

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Location: Portugal

Wednesday, January 04, 2006

JOAQUIM SILVESTRE ESTÁ DESAPARECIDO DESDE 30 DE DEZEMBRO 2005


Joaquim Silva Santos, de 67 anos de idade, estado civil solteiro, natural de Freguesia de Pendilhe, concelho de Vila Nova de Paiva, Distrito de Viseu. Emigrou para o Brasil em 1959, Onde é Motorista de Táxi há mais de quarenta anos na Cidade do Rio de Janeiro, Residiu sempre até á data do seu desaparecimento na rua do Bispo nº 17, Rio Comprido, muito próximo do Hospital português CASA DE PORTUGAL.
Trabalhava com o Táxi, um wolkswagem gol, de manhã até ao meio dia, depois almoçava e voltava a ir trabalhar entre as dezoito e as vinte e três horas, desapareceu no dia 30 de Dezembro de 2005 quando foi fazer o turno da noite, o seu carro foi encontrado pela Policia do Rio de Janeiro com as portas destrancadas e os documentos intactos lá dentro no Bairro do Flamengo. O seu Ponto de Paragem habitualmente, para apanhar passageiros era na Avenida Rio Branco, centro do Rio, mesmo junto á lanchonete PASCUALINO, onde por vezes tomava suas refeições e era bastante conhecido por Português, muito próximo está uma banca de jornais que é dum Italiano que também o conhece assim como um Sr. Que vende Pipocas naquele local, era muito conhecido por vários estabelecimentos daquele local muito próximo da Igreja da Candelária onde tinha clientes habituais. Há uns anos passados foi acordeonista dum Rancho folclórico da Casa dos Poveiros. O Joaquim que era meu tio por parte da minha mulher, era uma excelente pessoa, amigo do seu amigo, e como se custuma dizer ninguém tinha fome ou sede quem com ele convivesse, portanto não se lhe conhecia inimigos, conhecia o Rio de Janeiro como a palma das suas mãos, era cuidadoso e prudente a conduzir o seu táxi. Em 1998 visitei o Brasil, e tive oportunidade de conviver com o tio Joaquim, foi ele que me levou a todo o lado no Rio de Janeiro e até a Minas Gerais mais concretamente á Cidade de Juiz de Fora. Era ele que sobretudo no Rio de Janeiro me levou aos lugares mais obscuros, onde muitos não se atrevem a ir ou por receio ou porque não é interessante, mas eu queria ver tudo, vi a zona sul que é a parte rica que toda a gente fala quando visita a cidade maravilhosa mas vi tambem os morros, a baixada fluminense, etç. E era o tio Joaquim que quando me via afastar-me mais um pouco para tirar uma ou outra fotografia, ou fazer alguma filmagem me chamava e prudentemente me dizia nelson sai dai já que é perigoso. Ele sempre morou muito próximo de um desses morros, foi ele que me mostrou um muro de uma universidade próximo de casa dele todo crivado de balas trocadas entre policia e marginais, e me disse, se entrares aqui sózinho um dia passas á vontade, mas se vieres um segundo dia sem ser acompanhado já não entras, uma noite que fiquei em sua casa disse-me «Nelson, se durante a noite ouvires fogo não te preocupes, porque uma noite que não haja tiros entre policias e marginais a gente já não dorme bem». E foi assim com estas aventuras ao longo de cinquenta anos neste local do Rio de Janeiro o tio Joaquim desaparece num Fim de Ano sem se despedir de ninguém deixando seus familiares e amigos inconsoláveis, dadas as circunstancias do seu desaparecimento.

5 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Lamento, os meus sinceros votos, de que seja localizado.
Também é meu tio afastado, por parte da minha mulher, bastante afastado.
Um Abraço, Nelson

1:01 PM  
Anonymous Anonymous said...

Qundo ontem disse tio, depois de fazer bem as contas, não era tio é primo.
As minhas desculpas.

11:00 PM  
Blogger Nelson Lisboa said...

Amigo e companheiro de pastoricia (gosto desta Parte), depois de algum tempo pensando quem será o condor imaginei! bom isto é uma Ave dos montes Andinos!... será Peruano? continuei pensando e lembrei-me dos vários montes e serras de Pendilhe que em criança calcorre-ei atrás das ovelhas e das cabras e lembrei-me dos meus companheiros daquele tempo muitos que já não vejo há anos, outros que até infelizmente já faleceram, pelas poucas mas eficazes pistas que o amigo me deu não andarei longe da realidade se pensar que o amigo tinha um lote na estorpia (será assim que se escreve), onde apesar das dificuldades inerentes aquele tempo passamos momentos muito alegres e de grande companheirismo e que gosto de recordar e porque não dize-lo até com um pouco de emoção, para alem de tudo isto ainda somos parentes e o amigo morava um pouco mais abaixo do Senhorio, estarei certo ou errado? um grande abraço amigo Condor.

7:38 AM  
Blogger Nelson Lisboa said...

Amigo Condor, sobre o parentesco de tua esposa com Joaquim Silvestre devo dizer que as nossas esposas são tambem primas desse mesmo lado como é a Tina, a Laura e outros familiares.

8:32 AM  
Anonymous Anonymous said...

Bingo!!!!!!!!!!!!!!!!! Eu sabia que chegavas lá.
Não era Estropia, mas Lamerira, Travessa, tinha mos lotes contiguos.
Mas de facto, este momento é de luto, as minhas sinceras condullências a toda a familia mais chegada.

11:50 AM  

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