Histórias da Vida

eu sinto me um passarinho sem ter asas para voar...feito rio em correntezas procurando pelo mar

Name:
Location: Portugal

Saturday, March 11, 2006

O ÚLTIMO MOICANO


Já lá vai o tempo em que por alturas de festas e romarias da nossa região, calcorreando quilómetros vinham de terra em terra pedindo esmola e acolhimento tradicionais pedintes que com a sua maneira de estar na vida também faziam parte da “animação” dessas festividades.

Entre outros quem não se lembra de um tal Albano? Que vocalmente gostava de imitar instrumentos musicais, homem corpulento que sempre usava um grande e coçado casaco e um saco ás costas para as eventuais esmolas, o qual servia também para que as mães em sentido figurado, amedrontassem seus pequenos filhotes que o albano as levaria no saco quando faziam alguma traquinice menos agradável… Quem não se lembra de um tal EDUARDO (CARIOCA)

Homem atarracado e áspero, usava sempre umas grossas cordas á cintura e um grande cajado.Gostava de atirar piropos às “moças” solteiras e ficava furioso quando não era correspondido agradavelmente!

Quem não se lembra de um já velhote VEDOR?

Dos lados de Tarouca que andava sempre com um molho de avariados guarda-chuvas a tiracolo, procurando SILVAS para fazer cestas de teiga…dizia que via caudais subterrâneos de água em tudo quanto era sitio.

E por ultimo, quem não se lembra do Manel de Vila-Chã ou Manel da Capucha como também era conhecido. Soube há pouco tempo que tinha falecido o que me deixou sentidamente surpreendido. O Manel da Capucha era uma figura castiça das nossas terras, pois usava sempre a mesma indumentária: calça de burel, camisa de gola redonda, o tradicional bornal preso com uma guita a tiracolo e a velha e desbotada capucha que lhe deu alcunha.

O Manel gostava muito de pegar em crianças ao colo, umas vezes enquanto as mães faziam qualquer tarefa, outras para tirar uma simples fotografia…ainda recentemente, me confidenciou que agora as mães já não deixam ele pegar nas crianças como antigamente e que as esmolas agora eram muito menos…pois é… os tempos agora são outros…

Em boa hora um Sr. Castro-Daire, imortalizou o Manel da Capucha numa escultura em madeira que já esteve patente em vários locais da região por exemplo Hall principal do hospital de S. Teotónio em Viseu e salão de exposições da Feira de S.Mateus. Com o desaparecimento do Manel da Capucha as festas da nossa região ficarão com certeza mais pobres.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home