Histórias da Vida

eu sinto me um passarinho sem ter asas para voar...feito rio em correntezas procurando pelo mar

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Location: Portugal

Saturday, March 11, 2006

10 DE JUNHO DIA DE PORTUGAL E O 12º ENCONTRO NACIONAL DE COMBATENTES


Realizou-se no passado 10 de Junho mais um encontro Nacional de Combatentes iniciando-se no Mosteiro dos Jerónimos com uma Missa solene por Portugal e pelos seus mortos presidida pelo Prior de Santa Maria de Belém e concelebrada pelo Capelão-Chefe do Exército graduado em Coronel Padre Cláudio (um Beirão da região de Viseu) e com a colaboração do Coral “Stella Vitae”. As cerimónias continuaram nos Jardins de Belém junto do Forte do Bom - Sucesso onde se encontra o MONUMENTO AOS COMBATENTES DO ULTRAMAR, houve homenagem aos mortos e deposição de coroas de flores pelas várias Associações de Forças especiais das Forças Armadas e Veteranos de Guerra e discurso alusivo pelo Dr. Horta e Costa na qualidade de antigo Combatente. Seguiu-se o HINO NACIONAL tocado pela Banda do Exército e cantado por D.Teresa Tapadas, decorreu também um concerto executado pela mesma banda, decorreu também uma exposição de fotografias e saltos de Pára-quedistas que encerraram as cerimónias. E foi neste ambiente que por casualidade encontrei um conterrâneo de Pendilhe militar da Armada, Primeiro Sargento Fuzileiro António Miguel que no desempenho da sua missão comandava a Força de Sentinelas que prestava honras militares ao monumento dos combatentes do Ultramar. Tal como “ontem” os homens da nossa Terra continuam a cumprir Portugal… Oportunamente visitei também o Mural onde se encontram gravados os nomes daqueles que em longínquas terras das ex-Províncias Ultramarinas tombaram para sempre. Entre milhares de nomes lá encontrei o de um Pendilhense que tombou em Angola quando já tinha a missão quase cumprida, foi em 1968 e refiro-me a Ilídio Alexandre Pereira (cujas letras já estão um pouco gastas mas dá para ler). Era filho do Sr. José Bernardo, já falecido e da Sr.ª D. Maria Felícia a quem presto a minha sentida homenagem e nela a todas as mães da nossa região que perderam filhos na guerra, e já agora chamo de novo a atenção às autoridades do nosso Conselho para que, a exemplo do que já fizeram em muitas Cidades e vilas do nosso País homenageiem os combatentes do nosso conselho, erigindo-lhe um monumento numa praceta ou largo da nossa querida Vila-Nova-de-Paiva que agora até está mais bonita.

Foi daqui, desta Ocidental Praia Lusitana (citando Camões) onde hoje se levanta a Torre de Belém (ICONE desta CIDADE RIBEIRINHA) que se escreveram das mais belas páginas da História de Portugal daqui partiram Bravos e Valorosos Portugueses como Gil Eanes, Bartolomeu Dias,Vasco da Gama,Pedro Alvares Cabral, Pêro Vaz de Caminha, Padre António Vieira, Fernão de Magalhães e tantos outros que deste local partiram em Frágeis Caravelas rumo ao desconhecido e tenebroso Mar nunca antes navegado, descobrindo Continentes dando novos mundos ao Mundo e levando Cultura e religião aos seus habitantes. Muitos Portugueses daqui partiram e não mais voltaram sacrificando as suas vidas em nome do dever que a Pátria lhes pedia e por isso citando FERNANDO PESSOA sublinhamos este poema…

Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal!

Por te cruzarmos, quantas mães choraram,

Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar

Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador

Tem que passar além da dor.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu

Mas nele é que espelhou o céu

Fernando Pessoa

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