Histórias da Vida

eu sinto me um passarinho sem ter asas para voar...feito rio em correntezas procurando pelo mar

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Location: Portugal

Saturday, May 30, 2009

UM LIVRO


Por motivos de um Estudo que estou a realizar, um dos formadores pediu-me que fizesse o resumo de um livro que tenha lido e cujo autor tinha que ser Português em que para além da obra literária tinha também que falar do seu autor.
Poderia ter feito esse trabalho falando de alguém moderno que escreve livros e com obras bastante interessantes pois a escolha é vasta, mas depois de bem pensar decidi-me por Aquilino Ribeiro, sendo um homem da nossa Terra e que tão bem retrata na sua literatura as pessoas e os lugares da nossa região.

Escolhi VOLFRÂMIO porque esse “ouro preto” foi a melhor coisa que nesse tempo poderia ter acontecido à gente serrana desses lugares. É claro que houve atritos, falsidades e desvios do minério que deu para uns enriquecerem, outros melhorar suas vidas e outros que ficaram na mesma miséria em que viviam antes porque imaginavam que aquela febre mineira jamais acabaria.

Todos nós dessa região conhecemos alguém que andou no garimpo. Por tudo isso escolhi este livro que me dá imenso prazer ler e entendo perfeitamente a linguagem de Aquilino e também porque completa-se dia 27 deste mês de Maio 46 anos após a sua morte.

Como tinha também de falar do autor fui vasculhar algumas revistas de décadas passadas que guardo em casa e encontrei uma “PLATEIA” de Junho de 1963 que diz o seguinte sobre o seu desaparecimento do mundo dos vivos que diz assim e passo a citar:


"TOMBOU UM HEROI DO NOSSO TEMPO:

AQUILINO RIBEIRO

Um herói? Houve mais que heroísmo na vida deste gigante que a morte arrancou às comemorações que se realizaram por todo o País do cinquentenário da sua actividade literária. Aquilino viveu para o amor, a fraternidade, a pureza, a lealdade, a dedicação e a firmeza. Viveu na simplicidade, na humildade, e até na última vontade que exprimiu, que seu corpo fosse deitado a terra envolto num lençol branco, deixou vincada a grande marca da sua existência ser do povo, pertencer ao povo. Ao povo dedicou Aquilino toda a sua existência, toda a sua actividade febril de escritor, de homem consciente dos problemas e das necessidades de outros homens, dos seus males e das suas vergonhas, das suas glórias e das suas conquistas. Ainda agora, nestes dias que procederam a sua morte. Aquilino andou entre o povo, nas fábricas e nas sociedades de recreio, respondendo ao que queriam que ele disse-se, dando conselhos, ministrando lições e aprendendo também, que ele nunca deixou de aprender, até ao último momento, os segredos da vida e do amor entre os homens. A televisão ignorou-o, a rádio ouviu-o poucas vezes, o teatro (apesar de tanto que escreveu) nunca o solicitou, e o cinema, apesar dos projectos patrocinados pela Sociedade Portuguesa de Escritores de um documentário a realizar sobre a sua vida, deixou-o também partir sem gravar as imagens vivas que dariam às gerações de amanhã a oportunidade de ver e conhecer este herói do nosso tempo e da nossa pátria."

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